quarta-feira, 24 de abril de 2013

1º dia da Greve Nacional da Educação é marcado com atividade cultural na sede do SINTRAMB

Como divulgamos para toda a categoria, os 3 dias da Greve Nacional da Educação, convocada pela CNTE e apoiada pela CSP Conlutas e pelo SINTRAMB, filiado a esta Central Sindical e Popular, iniciamos nossa participação nesta paralisação com uma atividade cultural na tarde desta terça-feira, 23 de abril, com um Chá Poético, na sede do Sindicato e terminando com a apresentação do professor e cordelista Francisco Diniz e o grupo "As Florisbelas", todos de Sta. Rita.
A atividade iniciou com a declamação dos presentes com os poemas de várias poetisas brasileiras, como Adélia Prado, Cecília Meireles, Clarice Lispector e Cora Coralina. Os poemas com as fotos das poetisas estavam espalhados pelas paredes da sede do Sindicato e as pessoas escolhiam que poema iriam declamar. Ao final, é que o professor e cordelista Francisco Diniz e "As Folisbelas" se apresentaram, cantando vários cancioneiros populares, de excelente qualidade, que agradou a todos os presentes.
Segue abaixo os poemas que foram expostos e declamados ontem na atividade na entidade.



MÃE

Renovadora e reveladora do mundo 
A humanidade se renova no teu ventre. 
Cria teus filhos, 
não os entregues à creche. 
Creche é fria, impessoal. 
Nunca será um lar 
para teu filho. 
Ele, pequenino, precisa de ti. 
Não o desligues da tua força maternal. 
Que pretendes, mulher? 
Independência, igualdade de condições... 
Empregos fora do lar? 
És superior àqueles 
que procuras imitar. 
Tens o dom divino 
de ser mãe 
Em ti está presente a humanidade. 

Mulher, não te deixes castrar. 
Serás um animal somente de prazer 
e às vezes nem mais isso. 
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar. 
Tumultuada, fingindo ser o que não és. 
Roendo o teu osso negro da amargura.



Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.



Um montão disforme. Taipas e pedras, 
abraçadas a grossas aroeiras, 
toscamente esquadriadas. 
Folhas de janelas. 
Pedaços de batentes. 
Almofadados de portas. 
Vidraças estilhaçadas. 
Ferragens retorcidas. 

Abandono. Silêncio. Desordem. 
Ausência, sobretudo. 
O avanço vegetal acoberta o quadro. 
Carrapateiras cacheadas. 
São-caetano com seu verde planejamento, 
pendurado de frutinhas ouro-rosa. 
Uma bucha de cordoalha enfolhada, 
berrante de flores amarelas 
cingindo tudo. 
Dá guarda, perfilado, um pé de mamão-macho. 
No alto, instala-se, dominadora, 
uma jovem gameleira, dona do futuro. 
Cortina vulgar de decência urbana 
defende a nudez dolorosa das ruínas do sobrado 
— um muro. 

Fechado. Largado. 
O velho sobrado colonial
de cinco sacadas, 
de ferro forjado, 
cede. 

Bem que podia ser conservado, 
bem que devia ser retocado, 
tão alto, tão nobre-senhorial. 
O sobradão dos Vieiras 
cai aos pedaços, 
abandonado. 
Parede hoje. Parede amanhã. 
Caliça, telhas e pedras 
se amontoando com estrondo. 
Famílias alarmadas se mudando. 
Assustados - passantes e vizinhos. 
Aos poucos, a " fortaleza " desabando. 

Quem se lembra? 
Quem se esquece?

Padre Vicente José Vieira. 
D. Irena Manso Serradourada. 
D. Virgínia Vieira 
- grande dama de outros tempos. 
Flor de distinção e nobreza 
na heráldica da cidade. 
Benjamim Vieira, 
Rodolfo Luz Vieira, 
Ludugero, 
Angela, 
Débora, Maria... 
tão distante a gente do sobrado... 

Bailes e saraus antigos. 
Cortesia. Sociedade goiana. 
Senhoras e cavalheiros... 
-tão desusados...
O Passado... 

A escadaria de patamares 
vai subindo... subindo... 
Portas no alto. 
À direita. À esquerda. 
Se abrindo, familiares. 

Salas. Antigos canapés. 
Cadeiras em ordem. 
Pelas paredes forradas de papel, 
desenho de querubins, segurando 
cornucópia e laços. 
Retratos de antepassados, 
solenes, empertigados. 
Gente de dantes. 

Grandes espelhos de cristal, 
emoldurados de veludo negro. 
Velhas credências torneadas 
sustentando 
jarrões pesados. 
Antigas flores 
de que ninguém mais fala! 
Rosa cheirosa de Alexandria. 
Sempre-viva. Cravinas. 
Damas-entre-verdes. 
Jasmim-do-cabo. Resedá. 
Um aroma esquecido 
- manjerona.


Clarice Lispector


A perfeição 


O que me tranqüiliza 
é que tudo o que existe, 
existe com uma precisão absoluta. 


O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete 
não transborda nem uma fração de milímetro 
além do tamanho de uma cabeça de alfinete. 


Tudo o que existe é de uma grande exatidão. 
Pena é que a maior parte do que existe 
com essa exatidão 
nos é tecnicamente invisível. 


O bom é que a verdade chega a nós 
como um sentido secreto das coisas. 


Nós terminamos adivinhando, confusos, 
a perfeição.


Nossa truculência


Quando penso na alegria voraz
com que comemos galinha ao molho pardo,
dou-me conta de nossa truculência. 
Eu, que seria incapaz de matar uma galinha,
tanto gosto delas vivas
mexendo o pescoço feio
e procurando minhocas.
Deveríamos não comê-las e ao seu sangue?
Nunca.
Nós somos canibais,
é preciso não esquecer.
E respeitar a violência que temos.
E, quem sabe, não comêssemos a galinha ao molho pardo,
comeríamos gente com seu sangue.


Minha falta de coragem de matar uma galinha
e no entanto comê-la morta
me confunde, espanta-me,
mas aceito.
A nossa vida é truculenta:
nasce-se com sangue
e com sangue corta-se a união
que é o cordão umbilical.
E quantos morrem com sangue.
É preciso acreditar no sangue
como parte de nossa vida.
A truculência.
É amor também. 



A lucidez perigosa


Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.


Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.


Pois sei que 
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.


Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém. 


Adélia Prado


Ensinamento 


Minha mãe achava estudo 
a coisa mais fina do mundo. 
Não é. 
A coisa mais fina do mundo é o sentimento. 
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, 
ela falou comigo: 
"Coitado, até essa hora no serviço pesado". 
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente. 
Não me falou em amor. 
Essa palavra de luxo.



Poema Começado no Fim


Um corpo quer outro corpo.
Uma alma quer outra alma e seu corpo.
Este excesso de realidade me confunde.
Jonathan falando:
parece que estou num filme.
Se eu lhe dissesse você é estúpido
ele diria sou mesmo.
Se ele dissesse vamos comigo ao inferno passear
eu iria.
As casas baixas, as pessoas pobres,
e o sol da tarde,
imaginai o que era o sol da tarde
sobre a nossa fragilidade.
Vinha com Jonathan
pela rua mais torta da cidade.
O Caminho do Céu.



Casamento 


Há mulheres que dizem: 
Meu marido, se quiser pescar, pesque, 
mas que limpe os peixes. 
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, 
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. 
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, 
de vez em quando os cotovelos se esbarram, 
ele fala coisas como "este foi difícil" 
"prateou no ar dando rabanadas" 
e faz o gesto com a mão.


O silêncio de quando nos vimos a primeira vez 
atravessa a cozinha como um rio profundo. 
Por fim, os peixes na travessa, 
vamos dormir. 
Coisas prateadas espocam: 
somos noivo e noiva.


Cecília Meireles
  

Sonhos da menina


A flor com que a menina sonha
está no sonho?
ou na fronha?
 

Sonho 
risonho:
 

O vento sozinho
no seu carrinho.
 

De que tamanho 
seria o rebanho?
 

A vizinha
apanha
a sombrinha
de teia de aranha . . .
 

Na lua há um ninho
de passarinho.
 

A lua com que a menina sonha
é o linho do sonho
ou a lua da fronha?



4o. Motivo da rosa


Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.


Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.


Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.


E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.



Timidez
 
Basta-me um pequeno gesto, 
feito de longe e de leve, 
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...


— mas só esse eu não farei.


Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...


— palavra que não direi.


Para que tu me adivinhes, 
entre os ventos taciturnos, 
apago meus pensamentos, 
ponho vestidos noturnos, 


— que amargamente inventei.


E, enquanto não me descobres, 
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo, 
até não se sabe quando...


— e um dia me acabarei.














 

   

sábado, 6 de abril de 2013

Todo apoio à greve dos professores e professoras de Campina Grande e Sta. Rita!!!

Os trabalhadores municipais de Bayeux, reunidos em Assembleia Geral, nesta sexta-feira, 05 de abril, no Centro de Formação da Igreja São Sebastião, decidiram por UNANIMIDADE, prestar total APOIO e SOLIDARIEDADE à luta dos professores e professoras de Campina Grande e Sta. Rita que se encontram em GREVE POR TEMPO INDETERMINADO por conta da intransigência e da falta de compromisso com a educação pública manifestada pelos novos prefeitos das respectivas cidades, Romero Rodrigues (PSDB) e Reginaldo Pereira (PRP), que como todos os políticos da elite de nosso Estado e de nosso país, em época de campanha eleitoral, colocam a educação como um dos pontos fundamentais de sua futura gestão, mas quando assumem o posto esquecem a prioridade de tempos eleitorais e passam a massacrar a categoria antes colocada em um pedestal.
Em Campina Grande,  a greve foi iniciada em 18 de março passado por causa de atraso no pagamento das horas extras trabalhadas, proibição de acúmulo de carga horária dos professores e problemas no pagamento do piso salarial do magistério. A categoria também alega a falta de profissionais para atuar nas creches da cidade e materiais de trabalho.
Em Sta. Rita, a situação é mais grave. Os professores e professoras não receberam o salário de dezembro do ano passado e o 13º salário, além de não terem recebido o reajuste salarial desse ano nem o terço de férias que deveria ter sido pago em janeiro desse ano. Sobre os salários do ano passado, a Prefeitura propôs saldar essa dívida através de um empréstimo feito junto à CEF que, inicialmente, foi aprovado pela categoria e pela Câmara Municipal. Como o empréstimo não andava e começava a surgir rumores de que este tinha vários problemas de viabilização e a prefeitura não esclarecia a categoria, os trabalhadores em assembleia decidiram não aceitar mais o empréstimo. Com isso, o prefeito Reginaldo Pereira enviou à categoria uma nova proposta de pagamento desses atrasados, que foi apreciada na assembleia da última 4ª feira, 03/04. A proposta da Prefeitura era pagar os atrasados em 20 parcelas, mais o reajuste desse ano de 7,97% em duas vezes, além do terço de férias em junho. A categoria, revoltada com a proposta, decidiu não apenas rejeitar a proposta, como entrar em greve por tempo indeterminado.
Os trabalhadores municipais de Bayeux avaliaram, em Assembleia Geral, que tanto em Campina Grande quanto em Sta. Rita, existe da parte das duas Prefeituras, insensibilidade em resolver a situação dos magistérios locais, demonstrando assim na prática o descaso e o desprezo com a educação pública, apesar do discurso oficial que caminha em sentido oposto, apenas para jogar para a galera. Esperamos que, tanto Romero Rodrigues quanto Reginaldo Pereira saiam do discurso, desçam do pedestal e resolvam o problema da educação em suas cidades, ouvindo o clamor dos trabalhadores e atendendo as justas reivindicações dessas categorias. 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Imagens do Curso "A Opressão da Mulher através da História"

O SINTRAMB realizou, nos dias 22 e 23 de março deste ano, nas dependências do Sesi Bayeux, o curso de formação político-sindical feito em parceria com o ILAESE - Instituto LatinoAmericano de Estudos SocioEconômicos -, intitulado "A opressão da mulher através da História". Durante dois dias, as companheiras da base de nossa categoria, junto com a companheira Giovanna, de Recife, debateram como a opressão fez a mulher, ao longo da História, se tornar um ser de segunda categoria. Mas também as companheiras debateram como superar este grave problema social e, além disso elaboraram uma pauta de reivindicações para o Sindicato, que será discutido pela diretoria em reunião no próximo dia 13/04.
A direção do SINTRAMB fez a divulgação do curso nas unidades de trabalho, colando cartazes, debatendo com as companheiras a importância do curso, procurando mostrar a todas a relevãncia de participar deste curso de formação político-sindical. Foram abertas 30 inscrições na sede do Sindicato e cerca de 18 companheiras se inscreveram. Infelizmente, nem todas compareceram ao curso. As que foram tiveram a oportunidade de participar de um momento muito rico de informações e de compartilhar experiências.
Abaixo, alguns momentos do curso.


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Desculpa de amarelo é comer barro! Prefeitura de Bayeux explica nota ZERO da CGU por conta de “problemas técnicos no portal de transparência

Desculpa de amarelo é comer barro! Prefeitura de Bayeux explica nota ZERO da CGU por conta de “problemas técnicos no portal de transp...